Sempre que há uma greve, os sindicatos falam de uns
valores e o governo de outros, tal como aconteceu dia 17 de junho de 2013 nos
exames de português e de latim. Novamente, ouvimos os partidos de esquerda, que
nunca governaram a pedir e elogiarem a greve. Sempre mais do mesmo. Claro,
esses senhores não têm as cotas de responsabilidade na política educativa (e
política em geral) como os casos de PS e PSD (muitas das vezes com o CDS a
reboque). Apenas têm responsabilidade em muitas matérias. Descuram que a festa
do Avante é contra a forma legal de financiamento dos partidos, mas isso nunca
falam. Apenas criticam por criticar, num sistema que não funciona, pois
felizmente o comunismo caiu.
Referente às greves o governo anda às aranhas,
novamente. Por um lado, não mudou um exame, quando os professores faziam greve
ao exame. Mas agora antecipam um exame nacional do 6º e 9º ano. Qual o sentido
de mudarem a greve nesta altura? Parece uma contradição do governo. Mas uma das
contradições do governo, porque um governo que mente descaradamente não terá o
crédito dos portugueses.
O meu problema não é uma greve geral ou algo do
género. O problema é que não se pensa no ensino. O problema é que quem governa
não é responsabilizado juridicamente. O problema é que quem governa descura o
ensino, que deveria de ser uma prioridade. Não há nenhum plano a longo prazo
sobre o ensino. Entra outro governo, que muda as políticas educativas. Depois
queixam-se quer dos professores, quer dos alunos. Antes disso, pensem um pouco.
Não peço que quem governe pense, pois isso é
impossível. É impossível um ignorante só por estar no governo ou no parlamento
que pense. Mas qual o sentido de uma escola onde pouco se aprende que diga
respeito aos nossos dias e o ensino é demasiado teórico?
A democracia, deve começar nas escolas, é necessário
conhecer as ideias políticas, a história, a economia. Mas qual o sentido de uma
democracia, onde um grupo de pessoas dos sindicatos fazem greves quando querem,
e nunca pensam? Qual o sentido da democracia, onde quem governa não ouve o
povo? Qual o sentido de uma democracia, onde não há espírito crítico? Qual o
sentido da democracia, quando nas escolas, não se aprendem aspetos práticos, com
fundamentos teóricos e filosóficos?